“Deus: ou você acredita ou você não acredita” - ( Anônimo ) -
Caros irmãos, que a paz de Deus esteja conosco!
Refletir sobre os atributos de Deus não é fácil, pois
exige de nós coragem e muita sensibilidade para que a interpretação do texto
seja feita com o máximo de imparcialidade possível. Por isso leiamos com
atenção e carinho!
"A inferioridade das faculdades do homem não lhe permite
compreender a natureza íntima de Deus. Na infância da Humanidade, o homem o
confunde muitas vezes com a criatura, cujas imperfeições lhe atribui; mas, à
medida que nele se desenvolve o senso moral, seu pensamento penetra melhor no
âmago das coisas; então, faz ideia mais justa da Divindade e, ainda que sempre
incompleta, mais conforme à sã razão.
Quando dizemos que Deus é eterno, infinito, imutável,
imaterial, único, onipotente, soberanamente justo e bom, temos ideia completa
de seus atributos?
A este questionamento de Allan Kardec responderam os Espíritos
Superiores: Do vosso ponto de vista, sim,
porque credes abranger
tudo. Sabei, porém, que há coisas que estão acima da inteligência do homem mais
inteligente, as quais a vossa linguagem, restrita às vossas ideias e sensações, não tem meios de
exprimir. A razão,
com efeito, vos diz que Deus deve possuir em grau supremo.
Essas perfeições, porquanto, se uma lhe faltasse, ou não
fosse infinita, já ele não seria superior a tudo, não seria, por conseguinte,
Deus. Para estar acima de todas as coisas, Deus tem que se achar isento de
qualquer vicissitude e de qualquer das imperfeições que a imaginação possa
conceber.
Deus é a
suprema e soberana inteligência. É limitada
a inteligência do homem, pois que não pode fazer, nem compreender, tudo o que
existe. A de Deus, abrangendo o infinito, tem que ser infinita. Se a
supuséssemos limitada num ponto qualquer, poderíamos conceber outro ser mais
inteligente, capaz de compreender e fazer o que o primeiro não faria e assim
por diante, até ao infinito.
Deus é eterno, isto é, não teve começo e não terá fim. Se tivesse tido
princípio, houvera saído do nada. Ora, não sendo o nada coisa alguma, coisa
nenhuma pode produzir. Ou, então, teria sido criado por outro ser anterior e,
nesse caso, este ser é que seria Deus. Se lhe supuséssemos um começo ou fim,
poderíamos conceber uma entidade existente antes dele e capaz de lhe
sobreviver, e assim por diante, ao infinito.
Deus é
imutável. Se estivesse sujeito a mudanças,
nenhuma estabilidade teriam as leis que regem o Universo.
Deus é
imaterial, isto é, a sua natureza difere de
tudo o que chamamos matéria.
De outro modo, não seria imutável, pois estaria sujeito
às transformações da matéria. Deus carece de forma apreciável pelos nossos sentidos,
sem o que seria matéria. Dizemos: a mão de Deus, o olho de Deus, a boca de
Deus, porque o homem, nada mais conhecendo além de si mesmo, toma a si próprio
por termo de comparação para tudo o que
não compreende. São ridículas essas imagens em que Deus é representado pela
figura de um ancião de longas barbas e envolto num manto. Têm o inconveniente
de rebaixar o Ente supremo até às mesquinhas proporções da Humanidade. Daí a
lhe emprestarem as paixões humanas e a fazerem-no um Deus colérico e cioso, não
vai mais que um passo.
Deus é
onipotente. Se não possuísse o poder supremo,
sempre se poderia conceber uma entidade mais poderosa e assim por diante, até
chegar-se ao ser cuja potencialidade nenhum outro ultrapassasse. Esse então é
que seria Deus.
Deus é
soberanamente justo e bom. A
providencial sabedoria das leis divinas se revela nas mais pequeninas coisas,
como nas maiores, não permitindo essa sabedoria que se duvide da sua justiça,
nem da sua bondade. O fato de ser infinita uma qualidade, exclui a
possibilidade de uma qualidade contrária, porque esta a apoucaria ou anularia.
Um ser infinitamente bom não poderia conter a mais insignificante parcela de
malignidade, nem o ser infinitamente mau conter a mais insignificante parcela
de bondade, do mesmo modo que um objeto não pode ser de um negro absoluto, com
a mais ligeira nuança de branco, nem de um branco absoluto com a mais pequenina
mancha preta. Deus, pois, não poderia ser simultaneamente bom e mau, porque
então, não possuindo qualquer dessas duas qualidades no grau supremo, não seria
Deus; todas as coisas estariam sujeitas ao seu capricho e para nenhuma haveria
estabilidade. Não poderia ele, por conseguinte, deixar de ser ou infinitamente
bom ou infinitamente mau. Ora, como suas obras dão testemunho da sua sabedoria,
da sua bondade e da sua solicitude, concluir-se- á que, não podendo ser ao mesmo
tempo bom e mau sem deixar de ser Deus, ele necessariamente tem de ser infinitamente
bom. A soberana bondade implica a soberana justiça, porquanto, se ele
procedesse injustamente ou com parcialidade numa só circunstância que fosse, ou
com relação a uma só de suas criaturas, já não seria soberanamente justo e, em
consequência, já não seria soberanamente bom.
Em resumo, Deus não pode ser Deus, senão sob a condição
de que nenhum outro o ultrapasse, porquanto o ser que o excedesse no que quer
que fosse, ainda que apenas na grossura de um cabelo, é que seria o verdadeiro
Deus. Para que tal não se dê, indispensável se torna que ele seja infinito em
tudo. É assim que, comprovada pelas suas obras a existência de Deus, por
simples dedução lógica se chega a determinar os atributos que o caracterizam.
Deus é, pois, a inteligência suprema e soberana, é único, eterno, imutável, imaterial, onipotente, soberanamente justo e bom, infinito em todas as perfeições, não pode ser diverso disso”. ( FEB )
Que a luz Dele seja conosco.
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