"Que é Deus?
É a inteligência suprema, causa primeira de todas as coisas". L.E, p. 1.
Amados irmãos, bom dia!
Como vimos, nosso Pai celeste não mediu esforços quanto ao estudo detalhado e ao planejamento de sua obra. Hoje vamos conhecer um pouco mais sobre a evolução do princípio inteligente, ou porque não dizer, de nós, seus filhos.
Evolução do
princípio inteligente
“A propósito,
ensinam os Espíritos Superiores que os elementos orgânicos formadores dos
germens que propiciaram a união do princípio inteligente à matéria achavam-se,
[...] por assim dizer, no estado de fluido no Espaço, no meio dos Espíritos, ou
em outros planetas, à espera da criação da Terra para começarem existência nova
em novo globo. Depois de criada a Terra, esses germens ficaram aguardando as
condições propícias para se desenvolverem no planeta. Assim, podemos dizer que
o princípio inteligente se individualiza [...] lentamente por um processo de
elaboração das formas inferiores da natureza, a fim de atingir gradativamente a
humanidade, [...]. Através de mil modelos inferiores, nos labirintos de uma
escalada ininterrupta; através das mais bizarras formas; sob a pressão dos instintos
e a sevícia de forças inverossímeis, [...] vai tendendo para a luz, para a
consciência esclarecida, para a liberdade. Esses inúmeros avatares, em milhares
de organismos diferentes, devem dotar [...] [o princípio inteligente] de todas
as forças que lhe hajam de servir mais tarde. Eles têm por objeto desenvolver o
envoltório fluídico, dar-lhe a necessária plasticidade, fixando nele as leis
cada vez mais complexas que regem as formas vivas, criando-lhes, assim, um
tesouro [potencial], mediante o qual possam, um dia, manipular a matéria, de
modo inconsciente, para que o Espírito possa operar sem o entrave dos liames terrestres.
Quem recusará ver nos milhões de existências a palpitarem no Planeta a elaboração
sublime da inteligência, prosseguindo incessante na extensão indefinita do
tempo e do espaço? São as eternas leis da evolução que arrastam o princípio inteligente
a destinos cada vez mais altanados, para um futuro sempre melhor,
desdobrando-se em panorama de renovadas perspectivas, a partir da idade
primária aos nossos dias. [...] Não foi o acaso que gerou essas espécies
animais e vegetais. No seu desfile, a consequente possui sempre algo mais que a
antecedente e, quando a Ciência nos desvenda os quadros sucessivos dessas
transmutações, é que vemos a inapreciável riqueza nelas contida, a ampliar-se
sempre. Quanta majestade nessas fases de transição! Que grandeza nessa marcha
lenta, porém firme, para chegar ao homem, florescência da força criadora,
magnífica joia que resume e sintetiza todo o progresso, [...]. Tudo no Universo
está submetido à lei do progresso. Desde a célula verde, desde o embrião
errante, boiando à flor das águas, a cadeia das espécies [diferentes manifestações
do princípio inteligente] tem-se desenrolado através de séries variadas, até
nós. Cada elo dessa cadeia representa uma forma da existência que conduz a uma
forma superior, a um organismo mais rico, mais bem adaptado às necessidades, às
manifestações crescentes da vida; mas, na escala da evolução, o pensamento, a
consciência e a liberdade só aparecem passados muitos graus. Na planta, a
inteligência dormita; no animal, sonha; só no homem acorda, conhece-se,
possui-se, e torna-se consciente [...].
A união do
princípio inteligente à matéria, assim como o processo evolutivo desse mesmo
princípio inteligente, até atingir a sua individualização plena, são descritos
pelo Espírito André Luiz da seguinte maneira: A matéria elementar, [...] dera
nascimento à província terrestre, no Estado Solar a que pertencemos [...]. A
imensa fornalha atômica estava habilitada a receber as sementes da vida e, sob
o impulso dos Gênios Construtores, que operavam no orbe nascituro, vemos o seio
da Terra recoberto de mares mornos, invadido por gigantesca massa viscosa a
espraiar-se no colo da paisagem primitiva. Dessa geleia cósmica, verte o
princípio inteligente, em suas primeiras manifestações... Trabalhadas, no
transcurso de milênios, pelos operários espirituais que lhes magnetizam os
valores, permutando-os entre si, sob a ação do calor interno e do frio exterior,
as mônadas celestes [princípio inteligente] exprimem-se no mundo através da
rede filamentosa do protoplasma de que se lhes derivaria a existência
organizada no Globo constituído. Séculos de atividade silenciosa perpassam,
sucessivos... [através dos quais o princípio inteligente faz seu longo percurso
pelos reinos da natureza até atingir a faixa da razão]. Das cristalizações
atômicas e dos minerais, dos vírus e do protoplasma, das bactérias e das
amebas, das algas e dos vegetais do período pré-câmbrico aos fetos e às
licopodiáceas, aos trilobites e cistídeos, aos cefalópodes, foraminíferos e
radiolários dos terrenos silurianos, o princípio espiritual [ou princípio
inteligente] atingiu os espongiários e celenterados da era paleozóica,
esboçando a estrutura esquelética.
Avançando pelos
equinodermos e crustáceos, entre os quais ensaiou, durante milênios, o sistema
vascular e o nervoso, caminhou na direção dos ganóides e teleósteos, arquegossauros
e labirintodontes para culminar nos grandes lacertinos e nas aves estranhas,
descendentes dos pterossaurios, no jurássico superior, chegando à época supracretácea
para entrar na classe dos primeiros mamíferos, procedentes dos répteis teromorfos.
Viajando sempre, adquire entre os dromatérios e anfitérios os rudimentos das
reações psicológicas superiores, incorporando as conquistas do instinto e da inteligência.
Estagiando nos marsupiais e cetáceos do eoceno médio, nos rinocerotídeos,
cervídeos, antilopídeos, equídeos, canídeos, proboscídeos e antropoides inferiores
do mioceno e exteriorizando-se nos mamíferos mais nobres do plioceno, incorpora
aquisições de importância entre os megatérios e mamutes, precursores da fauna
atual da Terra, e, alcançando os pitecantropóides da era quaternária, que antecederam
as embrionárias civilizações paleolíticas, a mônada vertida do Plano Espiritual
sobre o Planeta Físico atravessou os mais rudes crivos da adaptação e seleção,
assimilando os valores múltiplos da organização, da reprodução, da memória, do
instinto, da sensibilidade, da percepção e da preservação própria, penetrando,
assim, pelas vias da inteligência mais completa e laboriosamente adquirida, nas
faixas inaugurais da razão.
Compreendendo-se,
porém, que o princípio divino aportou na Terra, emanando da Esfera Espiritual,
trazendo em seu mecanismo o arquétipo a que se destina, qual a bolota de carvalho
encerrando em si a árvore veneranda que será de futuro, não podemos circunscrever-lhe
a experiência ao plano físico simplesmente considerado, porquanto, através do
nascimento e morte da forma, sofre constantes modificações nos dois planos em
que se manifesta, razão pela qual variados elos da evolução fogem à pesquisa
dos naturalistas, por representarem estágios da consciência fragmentária fora
do campo carnal propriamente dito, nas regiões extrafísicas, em que essa mesma
consciência incompleta prossegue elaborando o seu veículo sutil, então
classificado como protoforma humana, correspondente ao grau evolutivo em que se
encontra.
Como se vê, por
tudo que foi exposto, o princípio inteligente vai modelando, ao longo das eras,
em seu processo de individualização, não só as suas estruturas físicas, mas
também o seu envoltório fluídico, até tornar-se Espírito e estar apto para
ingressar no período da Humanidade. Esse processo de modelagem, contudo, não se
interrompe aí, antes se aprimora, pela evolução do Espírito, conforme deflui do
seguinte ensino de Kardec:
O corpo é, pois, o
envoltório e o instrumento do Espírito e, à medida que este adquire novas
aptidões, reveste outro invólucro apropriado ao novo gênero de trabalho que lhe
cabe executar, tal qual se faz com o operário, a quem é dado instrumento menos
grosseiro, à proporção que ele se vai mostrando apto a executar obra mais bem
cuidada. Para ser mais exato, é preciso dizer que é o próprio Espírito que
modela o seu envoltório e o apropria às suas novas necessidades; aperfeiçoa-o e
lhe desenvolve e completa o organismo, à medida que experimenta a necessidade
de manifestar novas faculdades; numa palavra, talha-o de acordo com a sua inteligência.
Deus lhe fornece os materiais; cabe-lhe a ele empregá-los [...]. Desde que um Espírito nasce para a vida
espiritual, tem, por adiantar-se, que fazer uso de suas faculdades,
rudimentares a princípio. Por isso é que reveste um envoltório adequado ao seu
estado de infância intelectual, envoltório que ele abandona para tomar outro, à
proporção que se lhe aumentam as forças. Quanto ao envoltório fluídico do Espírito,
esse também se modifica com o progresso moral que o Espírito realiza em cada
encarnação”. ( FEB )
Que a graça e a paz sejam conosco!
Nenhum comentário:
Postar um comentário