quarta-feira, 4 de maio de 2016

O Centro Espírita


"E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza, porque a vida de cada um não consiste na abundância das coisas que possui." -( Lucas, 12: 15 )-




Amados irmãos, bom dia!
Ainda não aprendemos o real significado dessas palavras. O apego às coisas materiais tem mantido a raça humana distante do caminho da fraternidade. Busquemos em nosso Mestre Jesus a libertação e um coração fraterno para vivermos como irmãos que somos.








O pensamento de Kardec

“A importância do Centro Espírita é tal que o próprio Kardec houve por bem dar instruções precisas a respeito do seu funcionamento, como se lê no capítulo XXIX de O livro dos médiuns, intitulado Das sociedades espíritas. Extrairemos dessas instruções alguns pontos que se afiguram básicos ao norteamento do nosso estudo.
Assinala o Codificador, logo no início do referido capítulo, que [...] as reuniões espíritas oferecem grandíssimas vantagens, por permitirem que os que nelas tomam parte se esclareçam, mediante a permuta das idéias, pelas questões e observações que se façam, das quais todos aproveitam. Mas, para que produzam todos os frutos desejáveis, requerem condições especiais, que vamos examinar, porquanto erraria quem as comparasse às reuniões ordinárias. Mais adiante, prossegue: O objetivo de uma reunião séria deve consistir em afastar os Espíritos mentirosos. Incorreria em erro, se se supusesse ao abrigo deles, pelos seus fins e pela qualidade de seus médiuns. Não o estará, enquanto não se achar em condições favoráveis.[...] Imagine-se que cada indivíduo está cercado de certo número de acólitos invisíveis, que se lhe identificam com o caráter, com os gostos e com os pendores. Assim sendo, todo aquele que entra numa reunião traz consigo Espíritos que lhe são simpáticos. Conforme o número e a natureza deles, podem esses acólitos exercer sobre a assembléia e sobre as comunicações influência boa ou má. Perfeita seria a reunião em que todos os assistentes, possuídos de igual amor ao bem, consigo só trouxessem bons Espíritos. Em falta da perfeição, a melhor será aquela em que o bem suplante o mal. [...]
Uma reunião é um ser coletivo, cujas qualidades e propriedades são a resultante das de seus membros e formam como que um feixe. Ora, este feixe tanto mais força terá, quanto mais homogêneo for. E arremata: Toda reunião espírita deve, pois, tender para a maior homogeneidade possível.
A seguir, aborda a questão da regularidade das reuniões, esclarecendo ser este um ponto não menos importante. Diz o Codificador: Em todas [reuniões], sempre estão presentes Espíritos a que poderíamos chamar frequentadores habituais, sem que com isso pretendamos referir-nos aos que se encontram em toda parte e em tudo se metem. Aqueles são os Espíritos protetores [...]. Ninguém suponha que esses Espíritos nada mais tenham que fazer, senão ouvir o que lhes queiramos dizer, ou perguntar. Eles têm suas ocupações e, além disso, podem achar-se em condições desfavoráveis para serem evocados. Quando as reuniões se efetuam em dias e horas certos, eles se preparam antecipadamente para comparecer [...]. Entrando no assunto das Sociedades Espíritas propriamente ditas, diz Kardec: Tudo o que dissemos das reuniões em geral se aplica naturalmente às Sociedades regularmente constituídas, as quais, entretanto, têm que lutar com algumas dificuldades especiais, oriundas dos próprios laços existentes entre os seus membros.[...]. O Espiritismo, que apenas acaba de nascer, ainda é diversamente apreciado e muito pouco compreendido em sua essência, por grande número de adeptos, de modo a oferecer um laço forte que prenda entre si os membros do que se possa chamar uma Associação, ou Sociedade. Impossível é que semelhante laço exista, a não ser entre os que lhe percebem o objetivo moral, o compreendem e o aplicam a si mesmos. Entre os que nele veem fatos mais ou menos curiosos, nenhum laço sério pode existir. Colocando os fatos acima dos princípios, uma simples divergência, quanto à maneira de os considerar, basta para dividi-los. O mesmo já não se dá com os primeiros, porquanto, acerca da questão moral, não pode haver duas maneiras de encará-la. Tanto assim que, onde quer que eles se encontrem, confiança mútua os atrai uns para os outros e a recíproca benevolência, que entre todos reina, exclui o constrangimento e o vexame que nascem da suscetibilidade, do orgulho que se irrita à menor contradição, do egoísmo que tudo reclama para a pessoa em quem domina. Uma Sociedade, onde aqueles sentimentos se achassem partilhados por todos, onde os seus componentes se reunissem com o propósito de se instruírem pelos ensinos dos Espíritos e não na expectativa de presenciarem coisas mais ou menos interessantes, ou para fazer cada um que a sua opinião prevaleça, seria não só viável, mas também indissolúvel.

Continua o Codificador: Já vimos de quanta importância é a uniformidade de sentimentos, para a obtenção de bons resultados. Necessariamente, tanto mais difícil é obter-se essa uniformidade, quanto maior for o número [de participantes]. Nos agregados pouco numerosos, todos se conhecem melhor e há mais segurança quanto à eficácia dos elementos que para eles entram. O silêncio e o recolhimento são mais fáceis e tudo se passa como em família. As grandes assembléias excluem a intimidade, pela variedade dos elementos de que se compõem; exigem sedes especiais, recursos pecuniários e um aparelho administrativo desnecessários nos pequenos grupos. A divergência dos caracteres, das idéias, das opiniões, aí se desenha melhor e oferece aos Espíritos perturbadores mais facilidade para semearem a discórdia. Quanto mais numerosa é a reunião, tanto mais difícil é conterem-se todos os presentes.

Orienta ainda Kardec: Visto ser necessário evitar toda causa de perturbação e de distração, uma Sociedade espírita deve, ao organizar-se, dar toda a atenção às medidas apropriadas a tirar aos promotores de desordem os meios de se tornarem prejudiciais e a lhes facilitar por todos os modos o afastamento. As pequenas reuniões apenas precisam de um regulamento disciplinar, muito simples, para a boa ordem das sessões. As Sociedades regularmente constituídas exigem organização mais completa. A melhor será a que tenha menos complicada a entrosagem. Umas e outras poderão haurir o que lhes for aplicável, ou o que julgarem útil, no regulamento da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas [...] [primeira Sociedade Espírita, fundada].

Finalmente, é importante destacar as condições que, segundo o Codificador, seriam mais favoráveis para um Centro Espírita atrair a simpatia dos bons Espíritos. Essas condições, que se relacionam com as disposições morais dos seus integrantes, são as seguintes: [...] Perfeita comunhão de vistas e de sentimentos; Cordialidade recíproca entre todos os membros; Ausência de todo sentimento contrário à verdadeira caridade cristã; Um único desejo: o de se instruírem e melhorarem, por meio dos ensinos dos Espíritos e do aproveitamento dos seus conselhos. [...] Exclusão de tudo o que, nas comunicações pedidas aos Espíritos, apenas exprima o desejo de satisfação da curiosidade; Recolhimento e silêncio respeitoso, durante as confabulações com os Espíritos; União de todos os assistentes, pelo pensamento, ao apelo feito aos Espíritos [...]; Concurso dos médiuns da assembléia, com isenção de todo sentimento de orgulho, de amor próprio e de supremacia e com o só desejo de serem úteis. Assim, Kardec aponta, como condição básica para o funcionamento adequado de um Centro Espírita, a conduta moral dos seus participantes. Defluem dessas considerações do Codificador preciosos ensinamentos, que, como se verá a seguir, permeiam a moderna concepção de Centro Espírita.” -( FEB - ESDE - Tomo único )- 




Estudo do Livro dos Espíritos






92. Têm os Espíritos o dom da ubiquidade? Por outras palavras: um Espírito pode dividir-se, ou existir em muitos pontos ao mesmo tempo? 

“Não pode haver divisão de um mesmo Espírito; mas, cada um é um centro que irradia para diversos lados. Isso é que faz parecer estar um Espírito em muitos lugares ao mesmo tempo. Vês o Sol? É um somente. No entanto, irradia em todos os sentidos e leva muito longe os seus raios. Contudo, não se divide.” 

a) — Todos os Espíritos irradiam com igual força? 

“Longe disso. Essa força depende do grau de pureza de cada um.” 

Cada Espírito é uma unidade indivisível, mas cada um pode lançar seus pensamentos para diversos lados, sem que se fracione para tal efeito. Nesse sentido unicamente é que se deve entender  o dom da ubiquidade atribuído aos Espíritos. Dá-se com eles o que se dá com uma centelha, que projeta longe a sua claridade e pode ser percebida de todos os pontos do horizonte; ou, ainda, o que se dá com um homem que, sem mudar de lugar e sem se fracionar, transmite ordens, sinais e movimento a diferentes pontos.



Que a graça e a paz sejam conosco!

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