"E dei-lhe tempo para que se arrependesse da sua prostituição e não se arrependeu." -( Apocalipse, 2: 21 )-
Amados irmãos, bom dia!
"Os que procuram a própria iluminação pelo amor universal sabem que Deus dá sempre o que é necessário aprender e receber." Que jamais nos esqueçamos disso e que o nosso Mestre Jesus nos tome pela mão e nos auxilie na compreensão e prática desses ensinamentos.
Os obreiros do Senhor*
Aproxima-se o tempo em que se
cumprirão as coisas anunciadas para a transformação da Humanidade. Ditosos
serão os que houverem trabalhado no campo do Senhor, com desinteresse e sem
outro móvel, senão a caridade! Seus dias de trabalho serão pagos pelo cêntuplo
do que tiverem esperado. Ditosos os que hajam dito a seus irmãos: “Trabalhemos
juntos e unamos os nossos esforços, a fim de que o Senhor, ao chegar, encontre
acabada a obra”, porquanto o Senhor lhes dirá: “Vinde a mim, vós que sois bons
servidores, vós que soubestes impor silêncio aos vossos ciúmes e às vossas
discórdias, a fim de que daí não viesse dano para a obra!”
* (O evangelho segundo o
espiritismo. Cap. 20, item 5)
Estudo do Livro dos Espíritos
ESCALA ESPÍRITA
100. OBSERVAÇÕES PRELIMINARES. — A classificação dos Espíritos
se baseia no grau de adiantamento deles, nas qualidades
que já adquiriram e nas imperfeições de que ainda terão
de despojar-se. Esta classificação, aliás, nada tem de
absoluta. Apenas no seu conjunto cada categoria apresenta
caráter definido. De um grau a outro a transição é insensível
e, nos limites extremos, os matizes se apagam, como
nos reinos da natureza, como nas cores do arco-íris, ou,
também, como nos diferentes períodos da vida do homem.
Podem, pois, formar-se maior ou menor número de classes,
conforme o ponto de vista donde se considere a questão.
Dá-se aqui o que se dá com todos os sistemas de classificação
científica, que podem ser mais ou menos completos,
mais ou menos racionais, mais ou menos cômodos para a
inteligência. Sejam, porém, quais forem, em nada alteram
as bases da ciência. Assim, é natural que inquiridos sobre
este ponto, hajam os Espíritos divergido quanto ao número das categorias, sem que isto tenha valor algum. Entretanto,
não faltou quem se agarrasse a esta contradição aparente,
sem refletir que os Espíritos nenhuma importância
ligam ao que é puramente convencional. Para eles, o pensamento
é tudo. Deixam-nos a nós a forma, a escolha dos
termos, as classificações, numa palavra, os sistemas.
Façamos ainda uma consideração que se não deve jamais
perder de vista, a de que entre os Espíritos, do mesmo
modo que entre os homens, há os muito ignorantes, de
maneira que nunca serão demais as cautelas que se tomem
contra a tendência a crer que, por serem Espíritos,
todos devam saber tudo. Qualquer classificação exige método, análise e conhecimento aprofundado do assunto. Ora,
no mundo dos Espíritos, os que possuem limitados conhecimentos
são, como neste mundo, os ignorantes, os inaptos
a apreender uma síntese, a formular um sistema. Só
muito imperfeitamente percebem ou compreendem uma
classificação qualquer. Consideram da primeira categoria
todos os Espíritos que lhes são superiores, por não poderem
apreciar as gradações de saber, de capacidade e de
moralidade que os distinguem, como sucede entre nós a
um homem rude com relação aos civilizados. Mesmo os que
sejam capazes de tal apreciação podem mostrar-se divergentes,
quanto às particularidades, conformemente aos
pontos de vista em que se achem, sobretudo se se trata de
uma divisão, que nenhum cunho absoluto apresente. Lineu,
Jussieu e Tournefort tiveram cada um o seu método, sem
que a Botânica houvesse em consequência experimentado
modificação alguma. É que nenhum deles inventou as plantas,
nem seus caracteres. Apenas observaram as analogias,
segundo as quais formaram os grupos ou classes. Foi assim que também nós procedemos. Não inventamos os Espíritos,
nem seus caracteres. Vimos e observamos,
julgamo-los pelas suas palavras e atos, depois os classificamos
pelas semelhanças, baseando-nos em dados que eles
próprios nos forneceram.
Os Espíritos, em geral, admitem três categorias principais,
ou três grandes divisões. Na última, a que fica na
parte inferior da escala, estão os Espíritos imperfeitos, caracterizados
pela predominância da matéria sobre o espírito
e pela propensão para o mal. Os da segunda se caracterizam
pela predominância do espírito sobre a matéria e pelo
desejo do bem: são os bons Espíritos. A primeira, finalmente,
compreende os Espíritos puros, os que atingiram o grau
supremo da perfeição.
Esta divisão nos pareceu perfeitamente racional e com
caracteres bem positivados. Só nos restava pôr em relevo, mediante
subdivisões em número suficiente, os principais matizes
do conjunto. Foi o que fizemos, com o concurso dos Espíritos, cujas benévolas instruções jamais nos faltaram.
Com o auxílio desse quadro, fácil será determinar-se a
ordem, assim como o grau de superioridade ou de inferioridade
dos que possam entrar em relações conosco e, por
conseguinte, o grau de confiança ou de estima que mereçam. É, de certo modo, a chave da ciência espírita, porquanto
só ele pode explicar as anomalias que as comunicações
apresentam, esclarecendo-nos acerca das desigualdades intelectuais
e morais dos Espíritos. Faremos, todavia, notar
que estes não ficam pertencendo, exclusivamente, a tal ou
tal classe. Sendo sempre gradual o progresso deles e muitas
vezes mais acentuado num sentido do que em outro, pode acontecer que muitos reúnam em si os caracteres de
várias categorias, o que seus atos e linguagem tornam
possível apreciar-se.
Que a graça e a paz sejam conosco!
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