sábado, 3 de junho de 2017

A grande fome


“Irmãos,  não  vos  queixeis  uns  contra  os  outros,  para  que não sejais condenados.” -( Tiago, 5:9 )-




Amados irmãos, bom dia!
"A queixa nunca resolveu problemas de ordem evolutiva, entretanto, se os aprendizes do Evangelho somassem os minutos perdidos nesse falso sistema de desabafo, admirar-­se­-iam do volume de tempo perdido. A queixa não atende à realização cristã, em parte alguma, e complica todos os problemas. Lembra­-te de que se lhe deres a língua, conduzir­-te-­á à ociosidade, e, se lhe deres os ouvidos, te encaminhará à perturbação." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-








Percorrendo as estradas largas dos interesses humanos, o filho pródigo conheceu a realidade da vida material, subjugando-se aos seus mecanismos e leis, razão pela qual foi colhido pelas frustrações e desilusões, que lhe forneceram lições retificadoras, capazes de reajustá-lo perante as leis divinas. Nesta situação, esclarece o texto evangélico que o jovem vivenciou graves problemas, assim especificados: após ter “gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades. E foi e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos”. 

Uma análise superficial do texto sugere que o jovem enfrentou sérias privações, todas de ordem material: aniquilou os bens herdados (“ele desperdiçou a sua fazenda”); para sobreviver, precisou trabalhar para um dos cidadãos da terra, como guardador de porcos; passou tanta fome que até desejou ingerir o alimento destinado aos porcos. É óbvio que a parábola oculta ensinamentos transcendentais, sob o véu do símbolo. A herança desperdiçada representa o desprezo pelos valores espirituais que lhes foram concedidos pelo Criador Supremo: «a retidão do juízo, a candura do sentimento, a sensibilidade da consciência e o discernimento justo do bem e do mal.» 

A “grande fome” que se abateu sobre aquela terra indica o cansaço, a insatisfação, o fastio que os prazeres materiais, cedo ou tarde, produzem no ser. Chega, então, o momento em que a pessoa se revela faminta de bens espirituais, arde-lhe o desejo de ser bom, de melhorar-se. Entretanto, nem sempre o Espírito mostra-se suficientemente forte para mudanças extremas. Faz-se necessário passar por um período de ajuste, que lhe conceda as condições apropriadas à verdadeira transformação espiritual. No texto em estudo, esse período está simbolizado no imenso sofrimento que vivenciou como apascentador de porcos. Importa considerar que não foi o trabalho, em si, que lhe causou sofrimento, pois nada há de indigno em cuidar de animais, mas as condições precárias em que se encontrava o Espírito daquele jovem. Sua queda moral foi profunda, destruindo-lhe qualquer vestígio de alegria ou prazer de viver, uma vez que, agindo para satisfazer os sentidos, sua existência assemelhava-se à dos animais, que são governados pelo instinto. Subjugado à lei de causa e efeito, colheu o que semeou, guiando-se apenas pelo uso do seu livre-arbítrio. Precisou, todavia, chegar a um doloroso estado de carência espiritual para lembrar-se do Pai, da vida abençoada que tivera, um dia, no lar paterno. Esta foi, porém, a brecha espiritual que lhe permitiu reconhecer os erros cometidos, admitir a situação de indigência espiritual em que se encontrava e, arrependido, impor nova diretriz à sua existência. 

Reconhecemos, neste sentido, que há filhos pródigos de diferentes tipos na Humanidade. Examinando-se a figura do filho pródigo, toda gente idealiza um homem rico, dissipando possibilidades materiais nos festins do mundo. O quadro, todavia, deve ser ampliado, abrangendo as modalidades diferentes. Os filhos pródigos não respiram somente onde se encontra o dinheiro em abundância. Acomodam-se em todos os campos da atividade humana, resvalando de posições diversas. Grandes cientistas da Terra são perdulários da inteligência, destilando venenos intelectuais, indignos das concessões de que foram aquinhoados. Artistas preciosos gastam, por vezes, inutilmente, a imaginação e a sensibilidade, através de aventuras mesquinhas, caindo, afinal, nos desvãos do relaxamento e do crime. Em toda parte, vemos os dissipadores de bens, de saber, de tempo, de saúde, de oportunidades..." -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






488. Os parentes e amigos, que nos precederam na outra vida, maior simpatia nos votam do que os Espíritos que nos são estranhos? 

“Sem dúvida e quase sempre vos protegem como Espíritos, de acordo com o poder de que dispõem.”

 a) — São sensíveis à afeição que lhes conservamos? 

“Muito sensíveis, mas esquecem-se dos que os olvidam.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

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