segunda-feira, 5 de junho de 2017

Todas as minhas coisas são tuas


“E se nós somos filhos, somos logo herdeiros também,  herdeiros de Deus e co-­herdeiros do Cristo.”  - Paulo - ( Romanos, 8:17 )




Amados irmãos, bom dia!
"Que a Humanidade não menospreze a esperança. Não somos fantasmas de penas eternas e sim herdeiros da Glória Celestial, não obstante nossas antigas imperfeições. O imperativo de felicidade, porém, exige que nos eduquemos, convenientemente, habilitando­-nos à posse imorredoura da herança divina. Olvidemos o desperdício da energia, os caprichos da infância espiritual e cresçamos, para ser, com o Pai, os tutores de nós mesmos." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )-






E o seu filho mais velho estava no campo; e, quando veio e chegou perto de casa, ouviu a música e as danças. E, chamando um dos servos, perguntou-lhe que era aquilo. E ele lhe disse: Veio teu irmão; e teu pai matou o bezerro cevado, porque o recebeu são e salvo. Mas ele se indignou e não queria entrar. E, saindo  o pai, instava com ele. Mas, respondendo ele, disse ao pai: Eis que te sirvo há tantos anos, sem nunca transgredir o teu mandamento, e nunca me deste um cabrito para alegrar-me com os meus amigos. Vindo, porém, este teu filho, que desperdiçou a tua fazenda com as meretrizes, mataste-lhe o bezerro cevado. E ele lhe disse: Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas. Mas era justo alegrarmo-nos e regozijarmo-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado (Lc 15:25-32). 

O filho mais velho ilustra, na história contada por Jesus, o exemplo do egoísmo. A parábola não apresenta somente o filho pródigo. Mais aguçada atenção e encontraremos o filho egoísta. O ensinamento velado do Mestre demonstra dois extremos da ingratidão filial. Um reside no esbanjamento; o outro, na avareza. São as duas extremidades que fecham o círculo da incompreensão humana. 

De maneira geral, os crentes apenas enxergaram o filho que abandonou o lar paterno, a fim de viver nas estroinices do escândalo, tornando-se credor de todas as punições; e raros aprendizes conseguiram fixar o pensamento na conduta condenável do irmão que permanecia sob o teto familiar, não menos passível de repreensão. Observando a generosidade paterna, os sentimentos inferiores que o animam sobem à tona e ei-lo na demonstração de sovinice. Contraria-o a vibração de amor reinante no ambiente doméstico; alega, como autêntico preguiçoso, os anos de serviço em família; invoca, na posição de crente vaidoso, a suposta observância da lei Divina e desrespeita o genitor, incapaz de partilhar-lhe o justo contentamento. Esse tipo de homem egoísta é muito vulgar nos quadros da vida. Ante o bem-estar e a alegria dos outros, revolta-se e sofre, através da secura que o aniquila e do ciúme que o envenena. 

Ora, o amor verdadeiro não se ajusta aos padrões da contabilidade tradicional: é espontâneo, natural, não cobra, não exige. No entanto, aquele servidor, aparentemente correto, por estar presente de modo ostensivo na casa do Pai realizando as suas obrigações, revelou-se egocêntrico e intransigente, mesmo que as explicações concedidas pelo Pai fossem lógicas e ponderadas: “Filho, tu sempre estás comigo, e todas as minhas coisas são tuas. Mas era justo alegrarmo-nos e regozijarmo-nos, porque este teu irmão estava morto e reviveu; tinha-se perdido e foi achado.” Verificamos, assim, que nem sempre o que permanece na “Casa do Pai”, cumprindo deveres e obrigações está, efetivamente, transformado no bem. Pode revelar-se mesquinho e egoísta, julgando-se único merecedor das atenções e cuidados do Pai. Da mesma forma, nem todo dissoluto — o que prioriza as sensações materiais em detrimento das conquistas espirituais —, é criatura má. Ele pode, inclusive, revelar virtudes que estão abafadas pelo gênero de vida que leva. Essas virtudes irão manifestar-se, no momento apropriado, servindo de recursos para admitir erros cometidos e reajustar condutas. 

Devemos reconhecer, em suma, que o filho pródigo é sempre alguém que «pecou, sofreu, amou. A dor despertou-lhe os sentimentos, iluminou-lhe a consciência, converteu-o. A humildade, essa virtude que levanta os decaídos e engrandece os pequeninos, exaltou-o, apagando todas as máculas do seu Espírito, então redimido.»  O mesmo não aconteceu com o outro irmão. Isso nos faz recordar que Jesus, antes mesmo de contar esta parábola, afiançou: “Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”. (Lucas, 15:7) Dessa forma, a recepção que o pai deu ao filho pródigo traduz-se em lição inesquecível: a alegria do acolhimento ao filho mais jovem, o melhor vestido, o anel e as alparcatas, assim como o banquete, a festa e a música foram concessões que expressam a misericórdia divina, perante as propostas de mudança dos que, sob os fundamentos da humildade, se arrependem. 

Por outro lado, essa boa receptividade provoca ciúme e inveja no filho mais velho, que ainda não se encontrava livre do ciúme, da inveja e do egoísmo, julgando-se o único merecedor dos cuidados e atenção do genitor. Trata-se de uma atitude mesquinha e rancorosa do primogênito, que busca justificá-la por meio da alegação pueril de jamais ter se afastado do lar. O Pródigo, a seu ver, deve ser excluído do lar. [...] O mal do Egoísta é muito mais profundo, está muito mais radicado que o do Pródigo. Este tem qualidades ao lado dos defeitos. Aquele não tem vícios, mas igualmente não tem virtudes. [...] O Egoísta não esbanja os dons: esconde-os, como o avarento esconde as moedas. Não mata, porém é incapaz de arriscar um fio de cabelo para salvar alguém. Não rouba, mas também não dá. Não jura falso, mas não se abalança ao mais ligeiro incômodo na defesa dum inocente. Seus atos e atitudes são invariavelmente negativos. Tais pecadores acham-se, por isso, mais longe de Deus que os demais, apesar das aparências denunciarem o contrário.  O egoísta encontra muitas dificuldades para levar avante os propósitos da própria melhoria espiritual, uma vez que raramente considera as necessidades e as virtudes do próximo. O egoísta insula-se de todos pela influência de seus próprios pensamentos. É orgulhoso, é sectário. Separa-se dos demais porque se julga perfeito. Jacta-se intimamente em não alimentar vícios, mas nenhuma virtude, além da abstenção do mal, nele se descobre. É  um cristalizado: não suporta as consequências dos desvarios, mas não goza dos prazeres da virtude. Sua conversão é mais difícil que a de qualquer outra espécie de pecadores. A presunção oblitera-lhe o entendimento, ofusca-lhe as idéias. Imaginando-se às portas do céu, dista ainda dele um abismo. Supõe-se um iluminado, e não passa de um cego.  

Sendo assim, guardemos este sábio conselho do benfeitor espiritual Emmanuel: «Se te sentes ligado à Esfera Superior por teus atos e diretrizes, palavras e pensamentos, não te encarceres na vaidade de ser bom. Não te esqueças, em circunstância alguma, de que Deus é Pai de todos, e, se te ajudou para estares com ele, é para que estejas com ele, ajudando aos outros.»" -( FEB - EADE )-





Estudo do Livro dos Espíritos






490. Que se deve entender por anjo de guarda ou anjo guardião? 

“O Espírito protetor, pertencente a uma ordem elevada.”




Que a graça e a paz sejam conosco!

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