sexta-feira, 2 de junho de 2017

O desregramento da conduta


“Porque para isto sois chamados; pois também o Cristo  padeceu por nós, deixando-­nos o exemplo.”  - Pedro - ( I Pedro, 2:21 )




Amados irmãos, bom dia!
"Todos os chamados ao trabalho evangélico não podem esquecer  as necessidades do serviço. O Mestre, naturalmente, precisa companheiros que n’Ele confiem, mas não  prescindirá dos que se revelem colaboradores fiéis de sua obra. É indispensável que as turmas de bons obreiros se dirijam às zonas de serviço, preparados para os testemunhos dos ensinamentos recebidos." -( Vinha de Luz - Chico Xavier / Emmanuel )- 








Interpretação do texto evangélico:

E disse: Um certo homem tinha dois filhos. E o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte da fazenda que me pertence. E ele repartiu por eles a fazenda. E, poucos dias depois, o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua e ali desperdiçou a sua fazenda, vivendo dissolutamente. E, havendo ele gastado tudo, houve naquela terra uma grande fome, e começou a padecer necessidades. E foi e chegou-se a um dos cidadãos daquela terra, o qual o mandou para os seus campos a apascentar porcos. E desejava encher o  seu estômago com as bolotas [ou alfarrobas] que os porcos comiam, e ninguém lhe dava nada (Lc 15:11-16). 

"O filho mais moço, identificado “pródigo”, tinha uma personalidade ativa, mais determinada, enquanto seu irmão revela-se acomodado no contexto em que vivia. Sentindo, porém, necessidade de vivenciar outras experiências, à distância do lar, o caçula da família comunica ao pai este desejo e solicita-lhe a parte da herança que lhe cabia. O pai não só lhe atende o pedido, como demonstra compreender ser um acontecimento natural. Divide a herança entre os filhos, de forma justa, não interpondo obstáculo à manifestação do livre-arbítrio dos seus herdeiros. 

O texto evangélico informa que “o filho mais novo, ajuntando tudo, partiu para uma terra longínqua”, isto é, manteve-se distante da proteção paterna, conduzindo a existência na forma que lhe aprazia, segundo os critérios estabelecidos pela vida material. É por esse motivo que o filho pródigo «[...] é a personificação daquele que se entrega desvairadamente aos prazeres sensuais, concentrando na gratificação dos sentidos todas as suas aspirações e idéias, consumindo em bastardos apetites as riquezas herdadas do divino progenitor.» 

O desregramento da conduta produziu-lhe grande sofrimento. «[...] Empobrecido e arruinado, faminto e roto, espiritual e materialmente, acaba reconhecendo-se o único culpado de tamanha desventura, o único responsável pela crítica situação em que se vê.» Arrependendo-se dos erros cometidos, o jovem toma, então, a decisão de retornar à casa paterna. A disposição para se reajustar perante a lei divina é o primeiro sinal de transformação moral que, em geral, atinge os que se transviaram ao longo da caminhada evolutiva. A história desse moço desassisado é a da grande maioria dos homens. Verificamos no transcurso dos acontecimentos passados com ele a manifestação das leis naturais que regem o destino das almas na sua caminhada pela senda intérmina da vida, sob o influxo incoercível da evolução. [...] 

O desfecho de toda a odisséia dos pecadores que passam pela Terra, é o retorno ao lar paterno. [...] Outro ensinamento de relevância que da mesma ressalta é o que respeita à doutrina da causalidade [lei de causa e efeito], propagada pela Terceira Revelação. A redenção do Pródigo deu-se mediante a influência dessa lei. Ele criou uma série de causas que determinaram uma série de efeitos análogos. Como as causas eram más, os efeitos foram dolorosos. Suportando-os, como era natural, e não como castigo ou pena imposta por agente estranho, o moço acabou compreendendo a insensatez que praticara, considerando-se, outrossim, o próprio causador dos sofrimentos e da humilhação que suportava." -( FEB - EADE )- 





Estudo do Livro dos Espíritos






487. Dentre os nossos males, de que natureza são os de que mais se afligem os Espíritos por nossa causa? Serão os males físicos ou os morais? 

“O vosso egoísmo e a dureza dos vossos corações. Daí decorre tudo o mais. Riem-se de todos esses males imaginários que nascem do orgulho e da ambição. Rejubilam com os que redundam na abreviação do tempo das vossas provas.” 

Sabendo ser transitória a vida corporal e que as tribulações que lhe são inerentes constituem meios de alcançarmos melhor estado, os Espíritos mais se afligem pelos nossos males devidos a causas de ordem moral, do que pelos nossos sofrimentos físicos, todos passageiros. Pouco se incomodam com as desgraças que apenas atingem as nossas idéias mundanas, tal qual fazemos com as mágoas pueris das crianças. Vendo nas amarguras da vida um meio de nos adiantarmos, os Espíritos as consideram como a crise ocasional de que resultará a salvação do doente. Compadecem-se dos nossos sofrimentos, como nos compadecemos dos de um amigo. Porém, enxergando as coisas de um ponto de vista mais justo, os apreciam de um modo diverso do nosso. Então, ao passo que os bons nos levantam o ânimo no interesse do nosso futuro, os outros nos impelem ao desespero, objetivando comprometer-nos.




Que a graça e a paz sejam conosco!

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